sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cancros da tiróide

O primeiro sinal de um cancro da tiróide é uma saliência indolor no pescoço. Quando os médicos encontram um nódulo na glândula tiróide, realizam vários exames. Uma exploração da tiróide determina se o nódulo está a funcionar, dado que um nódulo inactivo é mais provavelmente canceroso do que um activo. Uma exploração com ultra-sons (ecografia) é menos útil, mas efectua-se para determinar se o nódulo é sólido ou está cheio de líquido. Colhe-se uma amostra do nódulo por meio de uma agulha de biopsia para o seu exame ao microscópio, já que é o melhor modo para determinar se o nódulo é canceroso.

EPIDEMIOLOGIA E PATOGÉNESE
Os cancros da tiróide são malignidades relativamente pouco comuns. Houve 24 800 pacientes registados em Portugal com esta condição e forma reportadas 280 mortes na última publicação estatística nacional. Existe uma proporção de 2.5:1 entre mulheres e homens afectados com malignidades da tiróide. A exposição à radiação é o factor predisponente mais comum ao desenvolvimento do cancro da tiróide e foi reportado em muitos milhares de pessoas por toda a Europa após as devastações pela bomba atómica.
O cancro da tiróide inclui várias entidades clínicas indo desde os tumores clássicos papilar, folicular e anaplásico até aos atípicos carcinomas de Hurthle e medular, bem como ao linfoma da tiróide. As mutações no BRAF (V599E) são observadas em 40% dos carcinomas papilares. A sobreexpressão da ciclina D1 é observada em aproximadamente 50% dos carcinomas papilares, enquanto o factor de transcrição E2F1, que é parte da via de sinalização do oncogene Rb, tem uma regulação positiva em 80% dos carcinomas papilares e anaplásicos da tiróide. O carcinoma medular da tiróide está associado à neoplasia endócrina múltipla tipos 2A e 2B. O gene RET codifica o receptor transmembranar da tirosina quinase. Este gene é mutado em quase 100% de todos os pacientes de famílias com carcinoma medular da tiróide hereditário.

apresentação
A apresentação mais comum da malignidade da tiróide é um nódulo na tiróide ou uma linfadenopatia cervical. Muito menos frequentemente, os pacientes apresentar-se-ão com características sugestivas de doença avançada, como paralisia das cordas vocais, ou com sintomas devidos às metástases.



EXAMES




O diagnóstico da malignidade da tiróide é feito após exames de rotina, que devem incluir a função da tiróide, o exame com isótopos da tiróide e a ecografia da tiróide. Sob controlo ecográfico, é realizada uma biopsia por aspiração com agulha fina para obter um diagnóstico citológico e assim definir o tratamento. Outros exames com vista ao estadiamento incluem um exame por TC do pescoço e do tórax. Os níveis de calcitonina séricos são mensurados nos pacientes com carcinomas medulares da tiróide, enquanto a tiroglobulina sérica pode ser usada para monitorizar a recidiva nos carcinomas bem diferenciados, após ablação da tiróide.

tratamento
Após o estadiamento inicial, os pacientes com malignidades da tiróide são submetidos a cirurgia. Na maioria dos pacientes com cancros da tiróide, as opções cirúrgicas são quer a ressecção subtotal da tiróide, as opções cirúrgicas são quer a ressecção subtotal da tiróide, removendo o lobo que contem o tumor juntamente com o istmo da tiróide, ou a tiroidectomia total. Geralmente, a tiroidectomia parcial apenas é considerada naqueles pacientes copm tumores de baixo risco, como por exemplo aqueles com um foco simples de carcinoma papilar medindo menos de 1cm de diâmetro. Não há evidência que uma disseminação de rotina dos gânglios linfáticos adicione qualquer vantagem na sobrevivência. Subsequentemente à cirurgia, os pacientes são tratados com substitutos da tiróide, tendo como objectivo suprimir completamente a TSH, que pode conduzir ao desenvolvimento de recorrência.
Quando os pacientes com tumores da tiróide desenvolvem a doença recorrente, outras opções de gestão podem incluir a cirurgia ou a terapia por radiação. A cirurgia é o tratamento de eleição para os pacientes com carcinoma medular da tiróide recorrente, que é relativamente resistente à terapia por radiação e à quimioterapia. O tratamento por radiação é administrado quer pelo uso de radioterapia por feixe externo, quer pelo tratamento com iodo radioactivo, que se fixa no tecido da tiróide. Os linfomas da tiróide são tratados com quimioterapia standard para os linfomas. Diz-se que o seu prognóstico é desfavorável, mas esta informação é baseada em estudos clínicos limitados e pode não ser verdade. Contudo, estes dados conduzem a maioria dos clínicos a recomendar que a quimioterapia da tiróide seja seguida por radiação adjuvante.

Adaptado para o blog por Mark Simões

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