COLO DO ÚTERO: O QUE É?
O colo do útero é a extremidade inferior do útero. A parte inferior do colo encontra-se no interior da vagina e é visível com o espéculo. O colo do útero sofre alterações ao longo da vida da mulher (puberdade, durante o parto, menopausa). A área que une a região externa do colo do útero (exocolo) e a porção inteira (endocolo) é muito sensível. É aqui que se inicia a maior parte dos cancros do colo do útero.
CANCRO DO COLO DO ÚTERO: É COMUM?
O cancro do colo do útero é a segunda causa de morte em todo o mundo em mulheres com idades entre os 15 e 44 anos.
Na Europa, todos os dias, quarenta mulheres morrem de cancro do colo do útero. Em Portugal a incidência é de 13-14 casos de cancro em 100.000 e o número de mortes por ano é de 350. Este número tem vindo a diminuir desde há alguns anos graças a programas de rastreio.
O QUE CAUSA O CANCRO DO COLO DO ÚTERO?
Ao contrário de muitos outros cancros, a origem do cancro do colo do útero não é hereditária. Este cancro é causado por um vírus, o Papilomavírus Humano, em 70-80% dos casos.
Certos tipos deste vírus são capazes de transformar as células do colo do útero, provocando lesões, que em alguns casos progridem para lesões cancerosas.
Esta progressão acontece apenas num número reduzido de casos e desenvolve-se ao longo de vários anos.
O QUE É O PAPILOMAVÍRUS HUMANO?
Na verdade, existem mais de 250 tipos de Papilomavírus Humano.
Os Papilomavírus tipos 6 e 11 são responsáveis pelas verrugas cutâneas, enquanto que os Papilomavírus tipo 16 e 18 colonizam preferencialmente a pele e mucosas.
Se entrarem em contacto com os órgãos genitais, estes vírus podem causar várias lesões do colo precursoras do cancro do colo do útero. Estas lesões se progredirem e não forem tratadas, evoluem para cancro. Estes vírus são transmitidos pelas relações sexuais. Os Papilomavírus infectam mulheres e homens, e a maioria de nós irá encontrar este vírus em algum momento da nossa vida.
Qualquer pessoa que já tenha tido alguma forma de contacto genital com um portador de Papilomavírus genital, pode estar infectado.
Isto significa que não é necessário ter relações sexuais frequentes para haver infecção. Numa única relação sexual se o parceiro estiver infectado a mulher pode fiar infectada.
Um estudo recente realizado na Europa, mostrou que 35% das jovens entre os 15 e os 17 anos estavam infectadas com Papliomavírus Humano, aumentando esta percentagem para 60% nas jovens de 19 anos de idade.
COMO SE PODEM DIAGNOSTICAR ESTAS DOENÇAS?
Como o cancro do colo do útero pode afectar todas as mulheres, o seu rastreio sistemático através de citologias regulares está implementado em muitos países.
A citologia consiste na recolha de uma amostra de células do colo do útero para consequente pesquisa de células com alterações. As anomalias cervicais causadas pelo Papilomavírus, que em geral não causam quaisquer sintomas na mulher, podem ser detectadas por esta forma.
A maioria das lesões regredirá naturalmente, dependendo do grau das lesões identificadas. O seu médico poderá optar por não intervir, mantendo sob vigilância o seu desenvolvimento natural, ou por removê-las com tratamentos específicos.
QUAIS OS TRATAMENTOS PARA ESTAS DOENÇAS?
Os tratamentos das lesões provocadas pelo H.P.V. são vários: criocoagulação, Vaporização Laser ou Conização (retirar um fragmento sob a forma de cone).
O tratamento da lesão é eficaz a curto prazo, mas pode ser doloroso e são comuns as situações de reaparecimento da doença.
Numa situação de cancro, os tratamentos são sempre longos e difíceis. Quer estejam envolvidos o colo do útero, a vagina ou a vulva (o cancro das duas últimas é o mais raro), e ou outros órgãos. Esses tratamentos podem ser: Cirurgia, Radioterapia e Quimioterapia com Radioterapia.
COMO ME POSSO PROTEGER?
O rastreio é essencial porque detecta alterações nas células numa fase precoce, permitindo que se evite a progressão para lesões cancerosas. No entanto, o rastreio não protege contra a infecção por Papilomavírus nem contra as alterações nas células.
A prevenção primária do H.P.V. tipos 16 e 18 é feita através de vacinação. O rastreio (diagnostico precoce e prevenção secundária) continua contudo a ser necessário para vigiar o aparecimento de alterações celulares. A combinação do rastreio e da vacinação deverão maximizar a eficácia no combate ao cancro do colo do útero.
QUANDO DEVE SER FEITA A VACINAÇÃO?
Uma vez que a infecção pelo vírus é mais frequente no inicio da vida sexual, a vacinação deverá ser feita em todas as mulheres entre os 12-26 anos. Contacte o seu médico para mais informações.
Adaptado para o blog por Mark Simões
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