sábado, 9 de abril de 2011

8ª Curiosidade sobre o Sistema Humano...

Bactéria resistente aos antibióticos foi encontrada na água em Nova Deli
Os investigadores não escondem que a sua descoberta é “extremamente preocupante”. Bactérias com um gene que permite resistir a quase todos os tipos de antibiótico foram encontradas na água em Nova Deli, na Índia.

É a primeira vez que bactérias multirresistentes com o gene NDM-1, resistente à quase totalidade dos antibióticos, são detectadas fora do meio hospitalar. Os cientistas da Universidade de Cardiff, no País de Gales, que estudaram várias amostras de água da rede pública e das valetas de Nova Deli e detectaram bactérias com o gene NDM-1 admitem que se trata de uma questão grave de saúde pública.


            O estudo acaba de ser publicado na revista científica “The Lancet Infectious Diseases”, pela equipa coordenada por Timothy Walsh, da Faculdade de Medicina da Universidade de Cardiff, a mesma que, em Agosto, divulgou a descoberta do gene NDM-1, resistente à quase totalidade dos antibióticos, incluindo os são usados para tratar infecções com bactérias comuns, como a "Escherichia coli" ou a "Klebsiella pneumoniae", responsáveis por infecções urinárias ou pulmonares.


            Os investigadores decidiram realizar este estudo quando descobriram que, apesar de muitos pacientes com bactérias com o gene NDM-1 terem estado internados num hospital recentemente, o que poderia explicar as infecções, outros não tinham recebido qualquer tratamento hospitalar.


            Mas os doentes eram maioriariamente originários da Ìndia, Paquistão e Bangladesh — outros eram do Reino Unido, mas tinham viajado até à Índia para fazer tratamentos médicos, como transplantes de medula ou tratar de queimaduras, ou até mesmo cirurgias plásticas. Daí terem seguido a pista indiana.


            Na investigação na Índia, a equipa de Timothy Walsh recolheu 171 amostras de água das valetas de Nova Deli e 50 amostras da rede pública, numa área que abrange 12 quilómetros em torno da cidade e nos meses de Setembro e Outubro de 2010. O gene NDM-1 foi detectado em duas das 50 amostras de água corrente e em 51 das outras 171 amostras.


            Os investigadores detectaram então 11 bactérias com o gene resistente, um resultado que Timothy Walsh considerou “muito preocupante”, ainda que as autoridades indianas tenham desvalorizado a descoberta. O Ministério da Saúde considerou que a investigação foi uma perda de tempo e questionou o facto de a Índia estar a ser posta em causa, adiantou a BBC. Foi também negado o facto de a água de Nova Deli ser prejudicial para a saúde.


            Ao contrário das autoridades indianas, os investigadores sublinharam que estamos perante uma descoberta muito relevante e cujos resultados poderão ter consequências graves. “Encontrámos bactérias resistentes na água pública usada para beber, lavar e cozinhar, também em piscinas e zonas muito povoadas onde as crianças costumam brincar”, sublinhou Walsh. “A disseminação da resistência à cólera ou de tipos de desinteria potencialmente incuráveis é um motivo de extrema preocupação”.


            As bactérias resistentes aos antibióticos são consideradas pelos investigadores como uma bomba ao retardador e os autores deste estudo recomendam que seja realizada uma investigação internacional mais alargada sobre esta questão.
Retirado do site "Público.pt" e adaptado para o blog por Mark Simões

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Nasceu o primeiro bebé espanhol sem o gene do cancro

"Técnica inovadora apenas pode ser aplicada em casos de existência de um cancro familiar. Em Portugal não existe nenhum caso destes.
Nasceu em Espanha o primeiro bebé geneticamente livre de cancro. Este é o primeiro caso autorizado no país pela Comissão Nacional de Reprodução Assistida.
Em Portugal não existe nenhum caso conhecido, segundo disse ao TVI24.pt o especialista em genética António Carolino Monteiro. «Nós estamos atrás do mundo nesta matéria», garantiu. O geneticista explicou que este nascimento implicou a selecção de células embrionárias após fertilização in vitro, processo após o qual é seleccionado uma célula onde não se encontre o gene cancerígeno, que depois é implantada na mãe.
Se fosse concebido de forma natural, o bebé que nasceu em Espanha teria tido 80 por cento de hipóteses de vir a sofrer de cancro de mama. Uma herança pesada numa família com historial deste cancro, escreve a rádio «Cadena Ser». Graças ao Diagnóstico Genético Pré-implantacional (DPG), a técnica que permite seleccionar embriões fertilizados in vitro, foi possível assegurar que este bebé terá uma descendência saudável.
Esta nova técnica é usada em Portugal para os portadores da Doença do Pezinho, mas não no cancro.
O especialista Carolino Monteiro explica que «o Diagnóstico Genético Pré-implantacional só pode ser usado em casos de cancro familiar e não nos casos de cancro esporádico, que são a larga maioria. A relação é de 1 para 99 por cento». Ou seja, esta técnica pode travar uma descendência cancerígena em casos muito específicos, mas não pode travar o flagelo do cancro - uma das doenças mais mortíferas em Portugal e no mundo. Em todo o caso, nas situações familiares em que o cancro está analisado, nessas situações, o diagnóstico pode ser usado.
Os resultados desta técnica animam a classe médica do país vizinho. O bebé espanhol já tem três meses, mas o caso só agora foi revelado. A criança nasceu no Hospital Sant Pau de Barcelona e é perfeitamente saudável.
Em Janeiro, em Inglaterra, já tinha surgido um outro caso de sucesso com recurso a esta técnica num bebé de uma família com cancro de mama."

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Introdução ao trabalho

O número de seres humanos no mundo aproxima-se rapidamente dos sete mil milhões (7 000 000 000). Nascem mais de 250 bebés por minuto, e morrem 150 000 pessoas por dia, e a população aumenta em cerca de 150 seres humanos por minuto. Cada uma destas pessoas vive, pensa, preocupa-se e sonha com dentro do bem mais complexo e maravilhoso que existe – um corpo humano. Uma característica permanente deste corpo e do seu comportamento é a sua curiosidade por si própria. Olhamos continuadamente para nós próprios, com um enorme e crescente pormenor, para compreender a sua actividade.

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA HUMANO
Para compreender como o cancro afecta o sistema humano, ao longo do trabalho será descrito a forma como funciona o sistema ou órgão no estado normal de funcionamento. Cada sistema desempenha um papel ou tarefa principal; por exemplo, o coração bombeia o sangue pelos vasos sanguíneos para fornecer a cada parte oxigénio e nutrientes essenciais. Os sistemas são, por seu lado, compostos por partes principais conhecidas por órgãos. O estômago, os intestinos e o fígado são órgãos do aparelho digestivo. Avançando para níveis posteriores desta hierarquia, os órgãos constituem em tecidos e os tecidos são feitos por células.

CITOLOGIA
As células são muitas vezes consideradas os tijolos microscópicos do corpo. No entanto, estão longe de ser tijolos passivos numa parede – são activas e dinâmicas, crescem e especializam-se continuamente, funcionam, morrem e reabastecem-se aos milhões a cada segundo. Ao todo, o corpo contém cerca de 100 mil milhões de células de pelo menos 200 tipos diferentes. A ciência é cada vez mais capaz de desvendar além das células, os organelos dentro delas, e além e mais dentro, até aos mais ínfimos componentes da matéria comum – as moléculas e os átomos.

SAÚDE E DOENÇA
A ciência médica reúne montanhas de provas todos os anos sobre as melhores formas de se manter saudável e evitar as doenças. Neste momento, a herança genética de um indivíduo, que é uma questão de probabilidade e sorte, é o ponto de partida para manter a saúde e o bem-estar. Nos anos vindouros, tratamentos como o diagnóstico genético pré-implantação (DGPI), que é realizado no âmbito das técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV) e a terapia genica poderão eliminar ou contrariar alguns destes elementos do acaso. Muitos aspectos do ambiente em que se cresce têm um grande impacto sobre a saúde. Factores como a dieta – seja demasiado rica, trazendo consigo o risco de obesidade, ou demasiado pobre, levando à desnutrição – afectam especialmente as crianças, cujo corpo ainda se encontra em desenvolvimento. O corpo pode ser afectado por diferentes tipos de doença, tais como infecção por um vírus ou uma bactéria, lesões causadas por um acidente ou por actividades repetidas a longo prazo, genes familiares defeituosos ou exposição a toxinas no ambiente.


SOBRE ESTE TRABALHO
As páginas que se seguem descrevem as estruturas e os processos citológicos a todos os níveis. Em primeiro lugar, descreve-se a hierarquia da organização desde as células como os seus processos fisiológicos, aos organelos e ao ADN, concentrando-se cada vez mais nos processos que envolvem o núcleo e o seu funcionamento normal. Seguindo desta secção, descreve processos de utilização do material genético, como a biossíntese de proteínas essencial ao desenvolvimento das características fenotípicas, até a renovação celular descrita anteriormente pelo ciclo celular. Após as descrições celulares normais, recorremos ao início de mutações e seguidamente do tópico, o desenvolvimento de cancro. Nesta secção, explora-se o funcionamento normal do sistema de órgãos, seguida da descrição do órgão com cancro.
            Em segundo lugar, analisa factores de risco, como o tabaco e o álcool; a detecção e do tratamento; métodos de tratamento, como a quimioterapia e outras substâncias (marijuana); e depois de aspectos psicológicos e a ética de alguns problemas, como a eutanásia.
            Por último, refere-se das organizações que ajudam hospitais e pacientes, e que tratam desta doença, com uma taxa de mortalidade tão elevada. Caso haja alguma dúvida na interpretação de alguns termos, no fim deste trabalho, há um glossário com as definições.

 Adaptado para o blog por Mark Simões, com ajuda das informações presentes no livro: "Anatomia e Fisiologia do Sistema Humano"

terça-feira, 5 de abril de 2011

Cancro está a aumentar com envelhecimento da população

Doença «não está em crise», como a economia e a política, diz presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
“O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) alertou esta segunda-feira que esta doença «não está em crise», como a economia e a política, e que «está a aumentar em Portugal», onde o envelhecimento da população é um factor de risco, avança a agência Lusa.
«Nenhum de nós está livre de vir a ter cancro», disse Carlos Freire de Oliveira, sublinhando que quanto maior é o envelhecimento da população «maior é o risco de cancro».
Segundo o presidente da LPCC, o cancro mais frequente, neste momento, em Portugal é o cancro do cólon rectal (vulgo cancro do intestino), sendo também aquele que causa maior número de mortos entre os portugueses.
Segue-se o cancro da mama, o cancro da próstata, o cancro do estômago e o cancro do pulmão e, embora este último não detenha o recorde numérico, é aquele que apresenta «maior mortalidade», explicou Carlos Oliveira.
A este propósito, observou que, enquanto o cancro do intestino se consegue curar em «percentagem significativa», no cancro do pulmão não se consegue atingir os cinco por cento de cura, pelo que é o que «mata mais».
Quanto ao cancro do colón rectal, o mais vulgar em Portugal, o presidente da LPCC apelou ao Ministério da Saúde para que avance com o programa de rastreio deste tipo de cancro com a pesquisa de sangue oculto nas fezes e que pode ser feito em articulação com os Centros de Saúde no âmbito de um programa organizado.
Questionado sobre a capacidade de prevenção e resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Carlos Oliveira salientou que, até há poucos anos, o SNS encontrava-se entre os 20 melhores do mundo e entre os primeiros a nível europeu, dizendo esperar que «não haja uma degradação desse serviço que foi uma conquista considerável dos portugueses».
Fez votos de que o SNS, «com a participação ou não dos privados, como entenderem» os políticos, mantenha a qualidade e a capacidade de resposta a que tem habituado os portugueses.”
Artigo retirado de http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1822663 e editado para o blog por Eunice Tomé

domingo, 3 de abril de 2011

9ª Curiosidade sobre o Cancro...


A Fundação Champalimaud e o Ministério da Saúde assinaram esta quinta-feira um protocolo que irá permitir aos doentes com cancro que são seguidos no Serviço Nacional de Saúde terem acesso aos tratamentos e à investigação que vão ser desenvolvidos no Centro de Investigação Champalimaud.
Doentes com cancro a partir de Junho no Centro Champalimaud

O Centro de Investigação Champalimaud, em Lisboa, vai começar a receber os primeiros doentes de cancro em Junho, agora que o acordo com o Ministério da Saúde também já está assinado para que possam ser ali tratados beneficiários do Serviço Nacional de Saúde. O anúncio foi feito ontem por Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, depois de uma reunião do seu conselho de curadores, um órgão consultivo.
Leonor Beleza espera que se estabeleçam parcerias com redes europeias de ensaios clínicos


"Os serviços clínicos vão iniciar-se a meio de Junho. Vamos trabalhar por áreas de cancro abrindo sucessivamente. A primeira é a do cancro da mama e é essa que se inicia em Junho", referiu Leonor Beleza. Os ge- nito-urinários, como da próstata e bexiga, e os digestivos estão incluídos nessas áreas a abrir mais tarde.

O acordo entre a Fundação Champalimaud e o Ministério da Saúde, assinado anteontem, permitirá tratar doentes do Serviço Nacional de Saúde que sejam encaminhados para o hospital de dia do Centro de Investigação Champalimaud. Mas Leonor Beleza quer que o conteúdo do acordo seja divulgado pelo Ministério da Saúde - que ontem também se escusou a adiantar mais informações -, acrescentando apenas que vai para além do tratamento de doentes.

A ideia é que o Centro Champalimaud, com os seus investigadores e médicos, e as instituições do Serviço Nacional de Saúde colaborem entre si, criando uma plataforma de trabalho para investigar o cancro e novos tratamentos. "Em conjunto, podemos participar em redes de ensaios clínicos", especificou Leonor Beleza.

Portugal está arredado da maior parte dos ensaios clínicos internacionais levados a cabo pelas empresas farmacêuticas (em todas as áreas e não só no cancro). A aprovação dos ensaios, pelas autoridades de saúde portuguesas, tem demorado tanto tempo que quem faz esses ensaios internacionais muitas vezes nem considera incluir doentes portugueses.

Mas os ensaios, além de possibilitarem avanços científicos importantes, também permitem aos doentes ter acesso a medicamentos experimentais, que ainda não estão à venda.

Três novos nomes
Se por um lado o Serviço Nacional de Saúde deixará de ter custos com o tratamento desses doentes, que será pago pela entidade promotora dos ensaios clínicos, como as empresas farmacêuticas, por outro lado o Centro de Investigação Champalimaud passa a ter acesso a um número maior de doentes para os seus estudos. Os doentes de outros subsistemas de saúde também terão acesso aos tratamentos do centro, que, além da investigação do cancro a pensar na sua aplicação rápida na clínica, irá dedicar-se à investigação básica em neurociências.

O protocolo com o Ministério da Saúde é um "acordo-chapéu", como lhe chamou Leonor Beleza, e irá traduzir-se depois em "acordos com hospitais e administrações regionais de saúde".

Ontem, Leonor Beleza apresentou também algumas peças que faltavam na estrutura dirigente do Centro de Investigação Champalimaud. Zvi Fuks, norte-americano de origem israelita, de 74 anos, vem dirigir todo o centro. Ao italiano Carlo Greco, de 47 anos, caberá a direcção da investigação clínica do cancro. E o português António Parreira, de 63 anos, será o director clínico do hospital de dia do centro. Fica só em aberto o lugar de director científico do programa do cancro.

Os três novos directores têm trabalhado todos na área do cancro. Vêm juntar-se ao norte-americano Zachary Mainen, director científico do programa de neurociências e que há alguns anos deixou o Laboratório de Cold Spring Harbor, nos Estados Unidos.


Retirado do site "Público.pt" e adaptado para o blog por Mark Simões