sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Vencendo a luta contra o cancro da mama


«Vou morrer?», foi a primeira pergunta que Marleen Scheurs, Maastricht, então com 52 anos, fez em 2002 quando a biopsia mostrou que tinha um tumor maligno no peito. «Pensei no meu filho. E na minha mãe, que já tinha perdido dois dos seus filhos. Não queria causar-lhe mais desgostos.»
O cancro da mama de Scheurs foi descoberto durante o Programa de Rastreio Nacional de Cancro da Mama. Segundo o resultado, «o tratamento devia poder salvar o peito». Mas se o tumor não fosse removido totalmente, Scheurs teria de o perder. Logo que saiu da anestesia, ela percorreu o seu peito com a mão. Não teve a certeza. As ligaduras espessas não ajudaram. «Mas o que realmente não interessava era ficar melhor», diz ela. «Foi só um ano depois, quando a minha irmã teve de se submeter a uma mastectomia, que eu dei valor ao facto de ainda ter o meu peito. Ela era levada a pensar a lembrar-se dele todos os dias. Eu não tenho de pensar tanto nisso.»
O cancro da mama é o cancro mais comum nas mulheres. Pelo menos, uma em cada nove mulheres será afectada durante a sua vida. Aproximadamente 3000 mulheres morrem todos os anos desta forma de cancro. Antes de 2000, era uma das causas mais comuns de cancro nas mulheres com menos de 50 anos. Os novos desenvolvimentos no rastreio, diagnóstico e tratamento levaram a uma queda no número de casos fatais. Mas ainda, os métodos de tratamento melhoraram claramente. A questão deixou de ser a remoção do tumor e de grande área do tecido adjacente «só por segurança»; hoje, a norma é um tratamento intensivo mais focado em cada paciente individualmente e ajustado a cada uma delas.
No caso de Scheurs, o tecido adjacente não tinha cancro. Ela recebeu tratamento de radiação e recorda: «O oncologista aconselhou-me a fazer também quimioterapia, mas decidi não a fazer. Tenho uma doença auto-imune, e se fizesse quimioterapia, demoraria anos a recuperar o meu fígado. Foi uma decisão difícil, e foi por isso que pedi uma segunda opinião.»
A opção de fazer ou não quimioterapia tem prós e contras nos dois casos. «A alguém que não tenha a certeza, eu aconselharia a continuar a procurar respostas; a investigar o mais possível.»
Agora, sete anos depois, parece que a recusa da quimioterapia foi a decisão certa. Marleen Scheurs sente-se bem e goza plenamente a vida.

Genes mortais
No final de 2007, Michou Van der Meulen não pensou no pior quando sentiu um caroço no seu peito direito. A secretária, de 27 anos, da Hoofddorp, ficou chocadíssima quando soube que o tecido maligno iria evoluir rapidamente para um tumor canceroso se não fizesse a intervenção cirúrgica. «É algo que não se espera nessa idade», diz ela. Decidi imediatamente avançar para a cirurgia e pensei que em breve voltaria à minha vida normal.» Mas foi assim. O tecido contaminado foi removido com sucesso e perguntaram a Van der Meulen se gostaria de fazer o teste do gene do cancro da mama. Os seus médicos estavam preocupados porque ela era muito nova; o cancro só muito raramente afecta mulheres com menos de 30 anos. «Eu tinha uma hipótese em vinte. Havia um historial de cancro na minha família, mas a minha irmã e a minha mãe (ainda) não tinham sido atingidas.»
Os resultados da análise foram muito claros: «Eu tinha o gene do cancro, e a questão não era se eu iria ter cancro, mas sim quando é que ele se desenvolveria. Aparentemente, a minha mãe também transportava o gene.»
Outros exames revelaram que as duas mamas estavam cheias de minúsculas partículas de cálcio, que podiam ser o começo do cancro. «Tive de tomar a decisão difícil de fazer uma mastectomia dupla aos vinte e oito anos como medida de prevenção. Sei que há vinte anos atrás este gene mortal não tinha sido descoberto e que provavelmente eu teria morrido de cancro. Pelo menos, fui poupada a isso.»

Rastreio melhorado
O Dr. Jan Klijn, professor de Oncologia, assistiu a grandes mudanças durante a sua carreira: «Quando eu comecei, nos anos de 1960, o cancro era tabu. As pessoas adiavam a ida ao médico e falavam apenas sobre o grande C. quando um doente era diagnosticado com cancro, era muito normal falar com a família sobre se deveriam manter segredo ou não. Muito simplesmente, isso não acontece hoje em dia.»
O Prof. Klijn viu morrer doentes que hoje teriam boas hipóteses de recuperação. «Por exemplo, tem havido grandes avanços no processo de rastreio», explica.
«A chegada da mamografia digital, agora utilizada no rastreio, é um outro passo na direcção certa. Mas os resultados realmente espectaculares chegam com o rastreio MRI. Por exemplo, nos casos das mulheres jovens que têm um risco acrescido de cancro da mama dada a sua história familiar, conseguimos detectar anomalias em estágio inicial muito melhor do que com a mamografia.»

Personalização
Não é apenas o rastreio do cancro da mama que deu grandes passos nas últimas décadas; o tratamento com medicação é agora totalmente diferente: «Temos visto os resultados mais espectaculares com o Herceptin, que  foi introduzido na Holanda no ano 2002.»
O Prof. Klijn foi o primeiro a introduzir este medicamento naquele país. O Herceptin, um chamado bioquímico, pode ser usado em aproximadamente 20% das doentes de cancro da mama. O Herceptin liga-se à proteína que estimula o crescimento de um tumor e depois começa a reduzir o seu crescimento. Pertence a um novo grupo de medicamentos conhecidos por terapia molecular dirigida. «Estas terapias bloqueiam o agente específico do crescimento no interior da célula.»
A terapia mais antiga do cancro da mama, a terapia hormonal, está agora a ser aplicada com mais frequência e com maior sucesso. «É aqui que está o futuro, em conjunção com a combinação correcta de medicação», diz o Dr. Klin. «Não existem dois cancros da mama idênticos. Identificando o tipo de cancro da mama e aplicando o tratamento apropriado a esse tipo específico, a batalha pode ser ganha. Em princípio, dentro de vinte anos nunca mais ninguém terá de morrer de cancro da mama.
Isto não significa que a cirurgia deixe de ser necessária, mas também nesta área está a haver um grande progresso. Há agora muito maior preocupação com os aspectos estéticos do cancro da mama. «Há vinte ou trinta anos, todos os tecidos, incluindo o tecido muscular, eram removidos. Só ficava uma fina camada de pele por cima da caixa torácica », diz a Dr.ª Hester Oldenburg, cirurgiã oncologista no Hospital Antoni Van Leeuwenhoek, de Amsterdão. «Mas as técnicas de redução oncoplásticas têm sido muito bem sucedidas. Hoje, o tamanho do peito é reduzido do mesmo modo que numa intervenção normal para redução do mesmo. Apenas é removido o tecido maligno. O outro peito, são, será reduzido para o mesmo tamanho, ou na mesma altura após o tratamento pós-operatório.»

Processo «sentinela» do gânglio linfático
O Prof. Dr. Emiel Rutgers, director de Oncologia Cirúrgica do Centro Médico Universitário de Amsterdão e também cirurgião, recorda que todas as doentes de cancro da mama tinham de submeter-se a uma remoção de todos os gânglios linfáticos axilares. «Na maior parte dos casos, porém», diz ele, «descobria-se que os gânglios linfáticos não estavam contaminados. Portanto, a cirurgia não era necessária. E a doente era deixada com todos os desagradáveis efeitos secundários, como dores, um braço inçado ou reduzida mobilidade do ombro.»
Em 1992, Rutgers ouviu falar do processo «sentinela» do gânglio linfático, um processo que envolve a remoção de apenas alguns dos gânglios, em vez da remoção de todos. «A metastização dos gânglios linfáticos é feita sempre do mesmo modo», explica ele. Há uma ligação directa entre a área do tumor e um ou dois, à vezes três, dos gânglios linfáticos que circundam o peito, os gânglios linfáticos «sentinela». Se estes gânglios são removidos e estão limpos, então a cirurgia de ablação axilar radical não será necessária. Se houve metastização, os restantes gânglios linfáticos devem então ser tratados. As probabilidades de a metastização progredir são cerca de 20%. «Este método pode evitar que 80% das dentes tenham de submeter-se a uma cirurgia de ablação axilar radical desnecessariamente», diz Rutgers. «Estamos a usar este método há quase dez anos e descobrimos que apenas três em mil doentes com um gânglio linfático “sentinela” limpo sofrerão de metastização axilar.»

Clínicas de mamografia
A luta conta o cancro da mama está a ser travada em todas as frentes. Enquanto o diagnóstico costumava demorar cerca de duas a três semanas, a ansiedade pode agora desaparecer no espaço de um ou dois dias nas muitas «clínicas de mamografia» especializadas. «É frequente a doente ter alta no dia seguinte à cirurgia, enquanto antigamente teria de permanecer hospitalizada entre duas e três semanas», diz Oldenburg.
«Nos últimos anos, conseguimos tornar a radioterapia mais precisa e, portanto, mais eficaz», diz o Prof. Dr. Harry Bartelink, especialista em radioterapia. Bartelink chefiou um grande projecto de investigação europeu que envolveu 5000 mulheres que fizeram dois tratamentos com radiação pós-operatória, um dos quais com dosagem elevada. «A dosagem extra conduziu à redução em 40% da probabilidade de o tumor não regredir após a cirurgia sem remoção do peito. Isto apresenta vantagens especialmente para mulheres jovens que sofrem de cancro da mama. Acontece também que mais de 80% das doentes ainda estão vivas passados dez anos. É uma coisa de que podemos realmente orgulhar-nos.

Cancro da mama nos homens
Menos de 1% dos diagnósticos de cancro da mama afectam os homens. Sandra Kloezen, directora da Sociedade Holandesa do Cancro da Mama, diz: «A investigação demonstrou que os homens tendem a ignorar os sinais do cancro da mama quando se trata deles próprios. Como o peito dos homens é plano, logicamente o cancro da mama será descoberto mais cedo. O caroço no peito pode ser detectado mais cedo, mas o perigo da metastização dos tecidos adjacentes (pele ou músculo) é maior do que nas mulheres. A falta de tecido gordo encoraja as células malignas a espalharem-se mais depressa na pele ou nos músculos do peito. É vital consultar o médico o mais rápido possível. O cancro da mama nos homens é raro, mas pode ser fatal se for descoberto demasiado tarde.»
Editado para o blog por Eunice Tomé

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Uma curta história epidemiológica do consumo do tabaco e o cancro

O tabaco, juntamente com a sífilis e as batatas, foi um dos “presentes” do Novo Mundo para o Velho. A nicotina recebeu o seu nome de Jean Nicot, um embaixador francês em Lisboa do século XV, que era um grande partidário do acto de fumar e que, em 1559, enviou tabaco para Catarina de Médici, a então rainha de França. O tabaco foi subsequentemente introduzido em Inglaterra, em 1586, por sir Walter Raleigh. O consumo do tabaco foi activamente encorajado na Guerra dos Trinta Anos, nas campanhas napoleónicas, na Guerra da Crimeia e, com mais notoriedade, na Primeira Guerra Mundial. O consumo do tabaco reduz o medo e a ansiedade e suprime o apetite, e estes efeitos foram considerados benéficos para os soldados.

Ligações epidemiológicas iniciais a cancros não pulmonares
Em 1961, John Hill, um médico de Londres, relatou vários casos de cacnro nasal entre os grandes utilizadores de tabaco por inalação e, em 1795, Thomas van Soemmering sugeriu uma ligação entre fumar cachimbo e o cancro do lábio. Ulysses S.Grant, general ianque na guerra civil americana e posteriormente presidente dos EUA, morreu em 1885 de cancro da garganta, que foi atríbuido aos seus charutos. Num artigo estudo de coorte nos anos 1920, o Dr. R. Abbe observouque em 90 pacientes com cancro oral 89 eram fumadores.

Ligações epidemiológicas com o cancro do pulmão
Em 1939, o Dr. Franz Müller, da Unervisidade de Colónia, realizou o que é geralmente reconhecido como o mais antigo estudo de caso-controlo sobre fumar, que mostrou que uma proporção muito elevada de pacientes com cancro do pulmãoeram grandes fumadores. Contudo, os resultados foram descartados como pouco fiáveis, porque Hitler era um antifumador fanático e tinha influenciado os resultados. Pouco tempo após a Segunda Guerra Mundial, numa altura em que 90% dos adultos do sexo masculino do Reino Unido fumavam, Austin Bradford Hill, Edward Kennaway, Percy Stock e Richard Doll resolveram investigar as ligações entre fumar e o cancro do pulmão, usando uma estratégia de dose-resposta num caso-controlo. O seu estudo de caso-controlo foi realizado em 1948 em 20 hospitais londrinos, entrevistand um paciente com cancro gástrico ou colónico. Em todas as análises, havia uma relação dose-resposta entre o número de cigarros fumados e o risco de cacnro do pulmão. Isto foi publicado em 1950  no British Medical Journal (BMJ). Em 1951, Doll e Hill realizaram um estudo de coorte prospectivo de 60 000 médicos constantes dos registos médicos, que foram recrutados através de uma carta publicada no BMJ. Foram recebidos 40 000 respostas e, nos dois anos e meios seguintes ocorreram 789 mortes, incluindo 36 por cancro do pulmão. Dolle Hill encontraram um aumento significativo no risco de cancro do pulmão com o aumento significativo no risco de cacnro do pulmão com o aumento do consumo de tabaco. Notaram, contudo, que os dois únicos médicos que definitivamente morreram por fumar, tinham morrido após pegar fogo às suas camas enquanto fumavam na cama. Esta relação foi mantida numa actualização do estudo inicial em 1993, que agora inclui 20 000 mortes: 883 por cancro do pulmão. O risco relativo por fumar 25g de tabaco por dia foi 20 vezes superior.
Resultados semelhantes foram reportados no inicio dos anos 1950 nos EUA por Ernst Wynder, um estudante de Medicina, e por Evarts Graham, um cirurgião torácico, que publicaram, no Journal of the American Medical Association, um trabalho intitulado “Fumar Tabaco como um Factor Etiológico Possível no Carcinoma Broncogénico: Um estudo de 684 Casos Provados”. O Evarts, um fumador inveterado, não fez caso das suas próprias descobertas e morreu de cancro do pulmão.



N
Tabaco 1g/dia
Tabaco 15g/dia
Tabaco >25g/dia
Mortes por cancro do pulmão

36

0,4/10,00

0,6/10,000

1,1/10,000
Total de mortes
789
13/10,000
13/10,000
16/10,000

Adaptado para o blog por Mark Simões

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Porque o cancro pode ter cura na RTP



Por Eunice Tomé

Escolha da estação: Maçãs

As maçãs não são o fruto típico desta época, mas apesar disso continua a poder encontrar este fruto maravilhoso nos supermercados. E porque não levar para casa uma variedade, como a vermelha listada e gosto picante Cameo, ou a rosa-amarela Cripps Pink, ou mesmo a Honey-Crisp, conhecida pelo seu gosto a cidra e textura mais áspera? Além de experimentar novos sabores, vai poder usufruir de alguns benefícios para a saúde recentemente descobertos. Coma uma maçã por dia para:
Combater a doença de Alzheimer. A maçã contém quercetina, um antioxidante poderoso que protege os neurónios da degeneração nos ratos – e pensa-se que pode fazer o mesmo nos humanos, diminuindo os sintomas associados às alergias e febre-dos-fenos. Coma sempre a pele, defende o investigador Chang Lee, da Universidade de Cornell, uma vez que é especialmente rica em compostos que combetem a doença.
 Protecção contra o cancro do cólon. Quando a fibra natural da maçã fermenta no cólon, produz produtos químicos que ajudam a lutar contra a formação de células cancerosas, de acordo com uma recente investigação realizada na Alemanha.
Prevenir a hipertensão. Os adultos que comem maçãs têm menos 37% de probabilidades de sofrer de hipertensão, de acordo com estudos recentes.
Janis Graham

Transcrito e editado para o blog por Eunice Tomé

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Cancro do colo do útero

COLO DO ÚTERO: O QUE É?
O colo do útero é a extremidade inferior do útero. A parte inferior do colo encontra-se no interior da vagina e é visível com o espéculo. O colo do útero sofre alterações ao longo da vida da mulher (puberdade, durante o parto, menopausa). A área que une a região externa do colo do útero (exocolo) e a porção inteira (endocolo) é muito sensível. É aqui que se inicia a maior parte dos cancros do colo do útero.

CANCRO DO COLO DO ÚTERO: É COMUM?
O cancro do colo do útero é a segunda causa de morte em todo o mundo em mulheres com idades entre os 15 e 44 anos.
Na Europa, todos os dias, quarenta mulheres morrem de cancro do colo do útero. Em Portugal a incidência é de 13-14 casos de cancro em 100.000 e o número de mortes por ano é de 350. Este número tem vindo a diminuir desde há alguns anos graças a programas de rastreio.

O QUE CAUSA O CANCRO DO COLO DO ÚTERO?
Ao contrário de muitos outros cancros, a origem do cancro do colo do útero não é hereditária. Este cancro é causado por um vírus, o Papilomavírus Humano, em 70-80% dos casos.
Certos tipos deste vírus são capazes de transformar as células do colo do útero, provocando lesões, que em alguns casos progridem para lesões cancerosas.
Esta progressão acontece apenas num número reduzido de casos e desenvolve-se ao longo de vários anos.

O QUE É O PAPILOMAVÍRUS HUMANO?
Na verdade, existem mais de 250 tipos de Papilomavírus Humano.
Os Papilomavírus tipos 6 e 11 são responsáveis pelas verrugas cutâneas, enquanto que os Papilomavírus tipo 16 e 18 colonizam preferencialmente a pele e mucosas.
Se entrarem em contacto com os órgãos genitais, estes vírus podem causar várias lesões do colo precursoras do cancro do colo do útero. Estas lesões se progredirem e não forem tratadas, evoluem para cancro. Estes vírus são transmitidos pelas relações sexuais. Os Papilomavírus infectam mulheres e homens, e a maioria de nós irá encontrar este vírus em algum momento da nossa vida.
Qualquer pessoa que já tenha tido alguma forma de contacto genital com um portador de Papilomavírus genital, pode estar infectado.
Isto significa que não é necessário ter relações sexuais frequentes para haver infecção. Numa única relação sexual se o parceiro estiver infectado a mulher pode fiar infectada.
Um estudo recente realizado na Europa, mostrou que 35% das jovens entre os 15 e os 17 anos estavam infectadas com Papliomavírus Humano, aumentando esta percentagem para 60% nas jovens de 19 anos de idade.

COMO SE PODEM DIAGNOSTICAR ESTAS DOENÇAS?
Como o cancro do colo do útero pode afectar todas as mulheres, o seu rastreio sistemático através de citologias regulares está implementado em muitos países.
A citologia consiste na recolha de uma amostra de células do colo do útero para consequente pesquisa de células com alterações. As anomalias cervicais causadas pelo Papilomavírus, que em geral não causam quaisquer sintomas na mulher, podem ser detectadas por esta forma.
A maioria das lesões regredirá naturalmente, dependendo do grau das lesões identificadas. O seu médico poderá optar por não intervir, mantendo sob vigilância o seu desenvolvimento natural, ou por removê-las com tratamentos específicos.

QUAIS OS TRATAMENTOS PARA ESTAS DOENÇAS?
Os tratamentos das lesões provocadas pelo H.P.V. são vários: criocoagulação, Vaporização Laser ou Conização (retirar um fragmento sob a forma de cone).
O tratamento da lesão é eficaz a curto prazo, mas pode ser doloroso e são comuns as situações de reaparecimento da doença.
Numa situação de cancro, os tratamentos são sempre longos e difíceis. Quer estejam envolvidos o colo do útero, a vagina ou a vulva (o cancro das duas últimas é o mais raro), e ou outros órgãos. Esses tratamentos podem ser: Cirurgia, Radioterapia e Quimioterapia com Radioterapia.

COMO ME POSSO PROTEGER?
O rastreio é essencial porque detecta alterações nas células numa fase precoce, permitindo que se evite a progressão para lesões cancerosas. No entanto, o rastreio não protege contra a infecção por Papilomavírus nem contra as alterações nas células.
A prevenção primária do H.P.V. tipos 16 e 18 é feita através de vacinação. O rastreio (diagnostico precoce e prevenção secundária) continua contudo a ser necessário para vigiar o aparecimento de alterações celulares. A combinação do rastreio e da vacinação deverão maximizar a eficácia no combate ao cancro do colo do útero.

QUANDO DEVE SER FEITA A VACINAÇÃO?
Uma vez que a infecção pelo vírus é mais frequente no inicio da vida sexual, a vacinação deverá ser feita em todas as mulheres entre os 12-26 anos. Contacte o seu médico para mais informações.
Adaptado para o blog por Mark Simões