Esta doença é causada por uma transformação cancerosa num neutrófilo em divisão, um tipo de glóbulo branco fabricado na medula óssea. A célula anómala, ou leucémicas, multiplica-se de modo descontrolado. Produzindo gradualmente grande número de células leucémicas, as quais continuam a multiplicar-se do mesmo modo. À medida que o seu número aumenta, as células começam a invadir a medula óssea, diminuindo a produção não só de neutrófilos mas também de outras células produzidas nesse meio – incluindo glóbulos vermelhos e plaquetas.
Eventualmente, os neutrófilos espalham-se na corrente sanguínea, onde o seu número se torna cada vez maior. Invadem, então, vários órgãos e tecidos, em particular os gânglios linfáticos, o baço e o fígado, que aumentam de volume.
Quais são os sintomas?
Os sintomas principais são: resistência diminuída às infecções (especialmente da boca e garganta), úlceras do lábio da boca, maior tendência para as esquimoses e hemorragias, e anemia, expressa por palidez, cansaço, falta de ar e palpitações cardíacas.
A doença ocorre muitas vezes subitamente, com agravamento progressivo dos sintomas por um período de uma ou duas semanas; com menor frequência, estes sintomas vão aparecendo gradualmente durante dois ou três meses. Eventualmente os idosos apresentam uma leucemia «arrastada», com início muito gradual da doença.
Qual a frequência do problema?
A leucemia mieloblástica aguda é muito rara. Na maioria, os doentes já passaram dos 60 anos.
Quais os riscos?
Não há cura para a doença, a qual, se não for tratada, é fatal dentro de semanas. Nalguns casos, a leucemia apresenta evolução de tal modo rápida que a morte ocorre em poucos dias, mesmo antes de se ter iniciado o tratamento. Contudo, o tratamento moderno possibilita uma remissão bastante razoável dos sintomas, por vezes por anos.
Que deve fazer-se?
Qualquer indivíduo que apresente os sintomas descritos deverá consultar o médico sem demora. Depois de um exame clínico, o médico recolherá sangue e talvez uma amostra de medula óssea (biopsia) para análises laboratoriais. Outras provas laboratoriais serão necessárias se se suspeitar de leucemia mieloblástica aguda.
Qual o tratamento?
Logo que haja confirmação do diagnóstico, o doente ingressará no hospital e ser-lhe-ão feitas transfusões de sangue, incluindo transfusões especiais de plaquetas para impedir as hemorragias e as esquimoses. A base de tratamento é a combinação de medicamentos – em primeiro lugar esteróides e antibióticos petentes em doses elevadas para aliviar os principais sintomas.
O tratamento da leucemia em si é feito através de drogas citotóxicas (anticancerosas). Estes medicamentos ajudam à eliminação das células leucémicas da medula óssea, mas, por efeito secundário, destroem igualmente em grande número de células normais, de uma medula já muito espoliada. Uma vez destruídas as células leucémicas da medula, são necessárias pelo menos duas semanas para que um número considerável de células sãs comece a re-habitar a medula e eventualmente entre em circulação na corrente sanguínea. Este período de baixa contagem celular pode ser altamente perigoso para o paciente. Se necessário for, o indivíduo deverá ser sujeito a cuidados intensivos, incluindo precauções especiais para impedir alguma infecção, e mais transfusões de eritrócitos e de plaquetas.
Quando o período crítico tiver passado, o estado do paciente apresenta uma melhoria acentuada. Num período compreendido entre as três e as doze semanas após o início do tratamento todos os sinais da doença terão desaparecido, e a leucemia está no que se chama «em remissão». O doente estará já então, em geral, suficientemente bem para deixar o hospital. O tratamento ulterior, com medicação em regime ambulatório, será feito com intervalos de quatro a seis semanas, por um período de cerca de um ano para manter a doença sob vigilância. Mas, quase sempre, a leucemia aparece de novo e o tratamento ulterior revela-se ineficaz.
Editado para o blog por Eunice Tomé
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